sexta-feira, 31 de julho de 2009

E TEM SERIEDADE NISSO?

(Zé da Caatinga)

O Conselho de Ética do Senado Federal, aquele que julgará as representações contra o Zé Sarney por quebra de decoro parlamentar (entre outras coisas) é composto em sua maioria, quase 70%, por políticos investigados em inquéritos pelo Supremo Tribunal Federal (STF). São réus em ações penais ou estão envolvidos com nepotismo e atos secretos. Dos trinta integrantes do Conselho, 21 estão na lista de investigação do STF. A “banda de música” do PMDB no Conselho (Wellington Salgado (MG), Gilvan Borges (AP), Paulo Duque (RJ) e Almeida Lima (SE)) estão ligados a investigações sobre nepotismo, atos secretos ou irregularidades externas.
O pára-choque do Zé Sarney, Wellington Salgado, está sendo investigado por sonegação fiscal e crimes contra a Previdência. O presidente do Conselho, Paulo Duque, suplente do suplente do ex-senador eleito governador do Rio, teve seu motorista demitido no ano passado quando descobriram que o funcionário é irmão do senador. Por falar nele, sua fala na instalação do Conselho foi de uma instabilidade gritante; confundir “exceção” com “recessão” e menosprezar a opinião pública, só sendo mesmo do atual PMDB do Zé e do Renan. Outro peemedebista que vai na contra mão da ética é Gilvan Borges. Ao ser descoberto dando emprego para a mãe e a mulher em seu gabinete, saiu-se com essa: “Emprego elas porque uma me pariu e outra dorme comigo”. Se fosse nessa linha, quantas “dorminhocas candangas de ocasião” não estariam empregadas no Congresso?
Nem os suplentes do PMDB no Conselho escapam do “grupo de risco” de inquéritos e processos do banco de dados do STF: Lobão Filho (MA), Mão Santa (PI), Valdir Raupp (RO) e Romero Jucá (RR). Raupp, Lobão e Mão Santa tiveram que demitir parentes empregados em seus gabinetes no ano passado para cumprir a súmula antinepotismo. O ex-líder do partido, Valdir Raupp, é alvo de dois inquéritos e duas ações penais sob a acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e improbidade administrativa.
Também os “regra-três” do PT, partido que sustenta (junto com o PMDB) a imoralidade do Zé Sarney, não ficam de fora da “tropa de elite” da antiética, da impunidade e da imoralidade pública. Delcídio Amaral (MS), Ideli Salvatti (SC), Eduardo Suplicy (SP) e Augusto Botelho (RR) são citados em comunhão com atos secretos. Botelho já empregou o irmão no Senado via ato secreto. Delcídio empregou um filho do ex-diretor Zoghbi, além de dar guarita a uma sobrinha do Zé Sarney em seu estado, com um emprego carimbado como “boletim sigiloso”. Suplicy, quem diria, em ato secreto secretíssimo, garantiu assistência médica vitalícia a Agaciel Maia, o “Senhor dos Atos Proibidos” e responsável pela merda em que meteu o Zé Sarney. O presente de Suplicy ao ex-diretor foi anulado pela atual Mesa Diretora da Casa.
Já a oposição (aquela que pede abertura de processos contra o Zé presidente) aparece no “grupo de risco”. Três senadores da linha de frente: Demóstenes Torres (DEM-GO), Heráclito Fortes (DEM-PI) e Eliseu Resende (DEM-MG) têm seus nomes nos tais “boletins sigilosos” ou estão envolvidos com casos de nepotismo.
Juntando o PMDB, o PT e agregados como PSB, PTB, PDT e PCdoB, a “tropa de elite” da impunidade e da cumplicidade com a imoralidade, com a falta de ética e com o desrespeito a sociedade brasileira no Conselho de Ética (????) do Senado tem votos suficiente para barrar as representações contra o Zé Sarney e dizer que tudo foi obra do momento político e que a oposição queria ganhar no tapetão a presidência da Casa. Dá pra acreditar que esses senadores são sérios? Isso é mesmo um Conselho de Ética?
A foto do Zé Sarney é do jornalista Antonio Cruz, da Abr. Ela sofreu um corte editorial para seu melhor aproveitamento no artigo.

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