sexta-feira, 21 de agosto de 2009

“QUEM TEM, TEM MEDO!”

(Marcus Ottoni)

Quando da "escolha" do famigerado e último representante da ditadura militar, o general Figueiredo, na disputa no colégio eleitoral pela sua indicação para governar o Brasil, a oposição indignada com os convencionais da Arena/PDS (entre eles o José Sarney), entoou um coro nas galerias da Câmara, onde acontecia a “escolha”, que dizia assim: “quem tem c..., tem medo, vote em Figuerêdo!”. E não deu outra, o general escolhido presidente ganhou e levou.

No recente episódio da desmoralização do líder do PT no Senado, Aloizio Mercandante, pela bancada do PMDB (leia-se aí Renan Calheiros), o coro, agora poderia ser outro, depois que o petista anunciou sua renúncia a liderança e, menos de 24 depois, retrocede na decisão e continua líder de uma bancada que não o segue, não o respeita e não tem compromisso com a posição da liderança, preferindo mais seguir a orientação do senador peemedebista Renan Calheiros e seu fiel escudeiro, senador Romero Jucá.

O fiasco Mercadante não que já fosse esperado, mas nem mesmo ele resistiu ao canto da sereia palaciana que, na pior das hipóteses, ofereceu para compensar a humilhação sofrida perante o povo brasileiro apoio irrestrito para disputar o governo paulista, mesmo que essa proposta já tenha sido feita ao deputado Ciro Gomes (PSB) para ele desistir da candidatura a presidente e atrelar seu nome ao da candidata do PMDB, ministra Dilma Rousseff.

Por outro lado, não há muita surpresa na atitude do senador Mercadante, de dizer publicamente que vai fazer uma coisa e depois realizar o contrario do que disse aos quatro cantos. É que no PT governo está instituída a prática da mentira. Virou regra mentir no PT governo. Mente-se tanto, que eles acreditam que as mentiras que contam para o povo são verdades absolutas de um governo que tem no seu maior representante um ícone solitário que não transfere para seus correligionários ou aliados a preferência popular de que desfruta atualmente. Essa é mais uma mentira do PT governo que acredita que Lula vai transferir todo seu eleitorado para a ministra candidata hibrida PT/PMDB.

O que fica claro nesse chafurdo todo é o controle absoluto do PMDB no Governo do PT, ou no PT governo, como queiram. Se o PT permite, aceita e admira a influência do PMDB no governo do PT é claro e óbvio, que o PT partido e governo, não acredita que a ministra pré-candidata Dilma Rousseff tenha a menor possibilidade de vencer a eleição em 2010. Para isso, precisa estar ligada ao PMDB para passar a idéia de que é a candidato do partido de Renan e Sarney. Se o PT acreditasse na vitória de Dilma, não deixaria o PMDB lhe colocar um garrote do tamanho que está no pescoço do PT governo e do Partido dos Trabalhadores.

É difícil para quem defende a moralidade, a ética, a probidade e a impessoalidade na gestão pública acreditar que a governabilidade do país passe por políticos como Renan Calheiros, José Sarney, Collor de Mello entre tantos outros que o próprio Lula chegou a classificá-los como a banda podre da política brasileira, não só ele, mas toda militância do PT partido.
Talvez a governabilidade de que o PT governo fale e defenda seja a mesma pratica administrativa que o PT, por anos e anos, combateu e denunciou como sendo o modelo corrupto e irresponsável de gestão pública. O uso do cachimbo entorta a boca, diz o dito popular.

A foto dos senadores Romero Jucá e Renan Calheiros é do jornalista José Cruz, da Abr. Ela está publicada sem corte editorial.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

RENAN (PMDB) DERROTA MERCADANTE (PT)

(Marcus Ottoni)

A vergonhosa derrota imposta pelo PMDB do senador Renan Calheiros ao líder da bancada do PT no Senado, Aloizio Mercadante, eleito senador por São Paulo com mais de 10 milhões de votos, é o retrato sem retoque do domínio peemedebista sobre o partido do presidente e, também, sobre as decisões políticas do chefe do Executivo federal. Ficou claro, muito claro, que o PT de protagonista do governo, passou a coadjuvante do PMDB numa postura tipo “faremos o que o mestre mandar”. No caso, o mestre é o PMDB de Renan, Sarney etc e tal.

Derrotar seu próprio líder no Conselho de Ética soa como uma reprimenda explícita da cúpula do PT ao senador mais votado da legenda, cuja história de vida pública tem sido elogiada até mesmo por adversários de longas datas. Está se tornando tradição no Partido dos Trabalhadores a defenestração de suas principais lideranças nacionais em detrimento do acolhimento de interesses estranhos aos interesses do povo brasileiro e a própria história do Partido dos Trabalhadores, construída sob a bandeira da ética, da moralidade, da transparência e do respeito político tanto para com seus correligionários, como para com seus adversários.

Nessa linha vão rolando cabeças históricas do PT que ajudaram a consolidar o partido em seus estados e nacionalmente. Nesse rosário de guilhotinados pelo partido, temos Heloisa Helena, Cristovão Buarque, Luciana Genro e muitos outros petistas históricos que aturaram os maus tratos partidários após a tomada do Poder pelo Lula e seu time de protegidos e eminências pardas por algum tempo até serem asfixiados pela máquina partidária com interesses alheios ao programa do PT. A mais recente perda do partido é a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que deixa o PT pelas mesmas razões que seus outros companheiros: desvio de conduta ética do partido e a opção pelo continuísmo da bandalheira política que o PT ao longo de sua história oposicionista combateu duramente em nome da sociedade brasileira.

Impor ao senador Aloizio Mercadante tão acachapante derrota transmitida ao vivo para todo o Brasil, é, sem sombra de dúvidas, convidá-lo a deixar a legenda, coisa pouco provável de acontecer. Mas não deve ser fácil ser derrotado e ver no rosto de peemedebistas, como Renan Calheiros, o sorriso da vitória de ter de uma tacada só derrotado o DEM, o PSDB, o povo brasileiro e o líder do PT no Senado Federal. Uma vitória com sabor de vingança em quem pedia sua cassação quando ocupava o lugar do Sarney e foi obrigado a apear da presidência do Senado Federal e do mandato.

A foto do senador Aloizio Mercadante é do jornalista José Cruz, da Abr. Ela está publicada sem corte editorial.

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

É MENTIRA, TERTA????

(Marcus Ottoni)

As razões que levaram a toda poderosa ministra pré-candidata do PT a sucessão do Lula, Dilma Rousseff, a não confirmar a reunião particular com a ex-secretaria da Receita Federal, Lina Vieria, são claras e evidentes: ingerência política em assuntos da alçada tributária do Governo. Isso significa que as fiscalizações da Receita Federal podem estar sendo utilizadas para cooptar, intimidar ou pressionar empresários e políticos para não confrontar ou posicionar-se contra o governo do PT e seus "objetivos pouco transparentes" na gestão do Poder Público.

A ser verdade essa situação, revela se aí um poderoso instrumento de repressão e cooptação política mais hediondo e odioso do que os órgãos da polícia política da ditadura ou mesmo da Gestapo nazista de Adolf Hittler, na Alemanha, até 1945.

O uso político de informações oriundas de fiscalizações da Receita Federal é inadmissível nos regimes democráticos e condenável em todas suas instâncias. Em países sérios essa conduta levaria, no mínimo, a perda do cargo ocupado, fosse ministro pré-candidato, ou simplesmente ministro. As últimas conseqüências dessa prática, desse desvio de conduta administrativa, levaria seu autor, ministro pré-candidato, presidente ou simplesmente ministro, para a cadeia.

Por isso é que a ministra Dilma Rousseff nega veementemente que tenha havido qualquer reunião “secreta ou particular” com a ex-secretaria da Receita Federal. Nega porque sabe que a confirmação
da reunião é “nitroglicerina pura” no colo do Governo e do PT, pronta para mandar pelos ares, não só o governo do PT, mas o projeto de acampar na presidência da República por longos 30 anos. Nega-se o fato para esconder a verdade das ações.
Além disso, o que não deixa de ser tão grave quanto a possibilidade do uso indevido de informações da Receita Federal para fins políticos, a mentira parece ter se transformado em regra na vida da ministra. Numa audiência no Senado Federal, na CCJ, há algum tempo, a ministra revelllou que mentiu para os militares com o objetivo de salvar seus companheiros do jugo da ditadura, mentira da qual se orgulhava e que mentiria de novo se fosse preciso salvar seus companheiros. Muito nobre e sem qualquer censura ou condenação a então guerrilheira por ter salvo vidas de patriotas com mentiras "nobres" (se é que existe alguma mentira nobre. Mentira é mentira. Mas nesse caso abrimos uma exceção).
O problema é que agora não estamos mais na ditadura dos militares (se bem que a ditadura dos sindicatos é pior porque dissimula e distorce a verdade dos fatos praticando a máxima do pensador nazista Goobels de que mentir seguidamente, faz a mentira virar verdade). Estamos na "democracia" e não é preciso mentir para salvar vidas de partidários, agregados, apadrinhados, correligionários e aliados. Basta agir com ética, transparência e moralidade....
Se mentir é a regra do Governo do PT... o Brasil está irremediavelmente perdido. Como dizia Juca Chaves: "O jeito é mudar do lugar que tanto gosto e ir morar na nova sede que agora é...”. O último a sair apague a luz do aeroporto.
A foto da ministra Dilma Rousseff é do jornalista Humberto Salles, do Correio da Tarde(RN). Ela sofreu um corte editorial para seu melhor aproveitamento no artigo.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ENREDO DE SAMBA NA REPÚBLICA DOS SINDICATOS

(Marcus Ottoni)

Coisa horrorosa! Uma pobreza sem tamanho! Ele não sabe como um assunto “irrelevante” ganha a proporção de escândalo político!
Ora, cá prá nós, senhor presidente, o povo brasileiro pode até parecer idiota, mas não o é. Coitado, coitadinho.... o senhor não sabe... será porque foi para atender um pedido seu que Dilma pediu a Lina para estancar o sangradouro das irregularidades da família Sarney na Receita Federal? E agora, esse pedido que gerou outro pedido, e que no futuro geraria outro pedido para atrelar o PMDB na barra da saia da Dilma, pode revelar como se move a serpente da hipocrisia política pelos porões da Esplanada dos Ministérios e até onde seus males atingem o povo brasileiro. E vai melar a farsa de um Governo que quer se passar por integro, ético, transparente e dentro dos princípios da moralidade, integridade e impessoalidade.
Pois é seu presidente... Essa querela entre as duas senhoras, uma ex-auxiliar e outra pré-candidata do senhor, não é coisa que não dá samba. É sim enredo de samba para o país do carnaval entregue a “republiqueta dos sindicalistas” e vai colar e virar coro na boca dos mais de 190 milhões de brasileiros que assistem, boquiabertos, a panacéia desvairada em que se transformou o Senado Federal com a ajuda do senhor e de todos esses mequetrefes, ou será como o senhor classificou a classe política quando estava lá na Câmara Federal, em cima de uma mandato de deputado eleito pelo povo de São Paulo, e que pouco produziu como parlamentar?
Sabe senhor presidente... (e olha que meu voto, em todas as oportunidades em que pude votar no senhor, assim foi feito) fico muito triste em ver no que se transformou o Lula de outrora. E vale aqui lembrar um velho dito popular: “o uso do cachimbo entorta a boca”. Foi o que aconteceu, né? A convivência com os “picaretas” (não foi assim que o senhor chamou os parlamentares naquela época?) o transformou, também, num picareta? Triste senhor presidente, muito triste....
Só pra concluir esse artigo: nunca em toda história do Brasil se mentiu tanto quanto no governo do senhor. Essa é mais uma marca que o Governo Lula tem para comemorar. Nunca se mentiu tanto na política brasileira. Acrescente isso senhor presidente: nunca em toda sua história, mesmo no período mais negro da Nação, os anos de chumbo, nunca o povo brasileiro se sentiu tão envergonhado com a classe política brasileira. Nunca, companheiro Lula, inclusive com o senhor...
A foto do presidente Lula é do jornalista Fábio Pozzebom, da Abr. Ela sofreu um corte editorial para seu melhor aproveitamento no artigo.