quinta-feira, 17 de setembro de 2009

As “Excelências” e a imoralidade eleitoral

Marcus Ottoni

Esta semana deverá entrar para a história política do país como a semana em que o povo brasileiro foi derrotado pelas “Excelências” da Câmara Federal que promoveram o maior retrocesso em termos de legislação eleitoral já visto na história do Brasil (deve estar virando moda esse negócio de nunca, em tempo algum, na história do país, se fez coisa igual, mesmo que seja uma merda do tamanho que os deputados federais aprovaram para as eleições de 2010).

Das 67 emendas feitas pelos senadores (que em sua maioria também não são lá exemplos de integridade e decência) apenas quatro foram mantidas, entre elas, a que libera geral a internet e suas ferramentas para a propaganda dos candidatos e a desmoralização de seus adversários.
A mais importante, para mim, a que deixava de fora das eleições aqueles políticos que respondem processos na Justiça, as nobre “Excelências” derrubaram. Ou seja: picareta, ladrão, mau caráter, estuprador, seqüestrador, traficante, chefe de quadrilha, e tudo que é qualidade de bandido, se não tiver o processo tramitado em julgado com sentença decidida pela Justiça pode ser candidato a representante do povo, concorrendo para presidente, governador, senador, deputado federal ou estadual.....
Fica então a cargo do eleitor (o mesmo que troca seu voto por uma cesta básica, um bolsa não sei o quê, um dentadura ou qualquer 20 pratas) a decisão de garantir um empregão de quatro anos, no mínimo, para o bandido ou o mocinho (se é que em política tem mocinho). Acreditam as “Excelências” que durante o processo da campanha o inculto eleitor brasileiro, fudido todo, desempregado, com filhos para criar, contas para pagar e uma porrada de problemas que as “Excelências” não tem porque vivem maravilhosamente bem as custas do povo brasileiro, vai receber o “santo da decência”, o “espírito da consciência cívica” ou, quem sabe, a “divindade da limpeza ética da política brasileira” para varrer do Congresso essa turma de mequetrefes que só legislam em causa própria e contra o povo brasileiro.
Vamos ver o que vai acontecer daqui pra frente com essa malfadada remenda eleitoral (porque reforma eleitoral mesmo nunca vai acontecer enquanto essas “Excelências” estiverem no Congresso Nacional). Deve ir para o Palácio do Planalto onde o presidente Lula deve sancionar a indecência aprovada pelas “Excelências” da Câmara Federal.
Vale aqui lembrar o presidente do PMDB e presidente da Câmara, Michel Temer ao comentar a imoralidade aprovada por ele e seus pares na madrugada do dia 17: “A Câmara votou o que acha melhor”... Também vale perguntar: para o povo brasileiro ou para as “Execlências”?


A foto do deputado Michel Temer (PMDB) com o deputado Rodrigo Maia (DEM) é do jornalista Fábio Pozzebom, da Abr. Ela sofreu um corte editorial para seu melhor aproveitamento no artigo.

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